
Como boa anfitrioa, arrumei a mesa de forma a que o casal de hóspedes ficasse alternado entre nós, para que os conhecêssemos melhor e, durante a conversa do jantar, pudéssemos usufruir de assuntos variados, trazidos por pessoas que viviam em comunidades diferentes da nossa e, portanto, com outras experiências de vida.
Ao ouvirmos a campainha da porta tocar, corremos a recebê-los com abraços, procurando demonstrar ao casal visitante nossa alegria em tê-los em nossa companhia. Ao fim do jantar, eu e meu marido sabíamos, em nosso íntimo, que havíamos adquirido novos amigos, pessoas interessantes e que, certamente, acrescentariam algo às nossas existências.
Bem, toda esta introdução, que aconteceu na realidade, é para chamar a atenção de uma atitude que vem se tornando costumeira nos círculos leonísticos.
Quando um clube é anfitrião, em festivas, o que tenho visto é o clube já deixar suas mesas marcadas, via de regra as mais próximas à mesa principal, sem interagirem com os seus convidados. Excetuando-se o Comitê de Recepção – quando o há – não se apresentam individualmente, declinando seus nomes e cargos.
Ora, se nos deslocamos de nossas cidades e vamos visitar outros clubes em processo de companheirismo, deveria ser para nos socializarmos com os anfitriões, e não para nos socializarmos entre nós mesmos, o que já fazemos nas festivas mensais. Parece-me que o correto, salvo melhor juízo, seria que os clubes anfitriões tivessem o cuidado de se misturarem aos demais clubes, sentando, por exemplo, um casal do clube anfitrião em cada mesa de outros clubes. Assim, a cada festiva, conheceríamos melhor os associados dos clubes que nos recebem.
E ao recepcionarmos, na hipótese de o jantar ser servido self-service, cabe ao clube anfitrião uma dose de sacrifício, deixando que seus convidados se sirvam em primeiro lugar. Para os recalcitrantes, nada que uma boa instrução leonística e alguns carinhosos apelos não resolvam ou, pelo menos, minimizem.
Da mesma forma, quando visitamos um clube, tendemos a nos isolar num bloco único, algumas vezes até reclamando por este “privilégio”. Companheiros, privilégio é sentar ao lado de um desconhecido que, por força de nossos ideais leonísticos, é nosso companheiro de luta. Privilégio é conversar com este companheiro e saber de seu clube, de suas atividades, de seu contentamento ou descontentamento. Privilégio é dizermos a este companheiro que nos recebe da nossa alegria em estarmos ali, participando de um evento que dignifica o seu clube e que traz, em seu bojo, a oportunidade perfeita para exercitarmos o COMPANHEIRISMO.
Espero que este meu brado de alerta soe como um noturno de Chopin entre os atuais e futuros Presidentes de clubes, tornando as festivas, já programadas para junho e julho, em oportunidades para corrigirmos estas pequenas falhas, a fim de promovermos uma melhor integração de todos os clubes e de seus associados.
CaL Rosinha Menezes, LC Cabo Frio. Esta instrução, quando publicada, fez grande sucesso, sendo a 2ª mais lida, segundo o CL Paulo Fernando Silvestre, idealizador do site de Instruções Leonísticas.